terça-feira, 26 de abril de 2022

Escolha ou Morra

 

Título Original – Choose or Die 
País de Origem – Reino Unido 
Diretor – Toby Meakins 
Gênero – Terror 
Duração – 84 minutos 
Ano – 2022 

Toby Meakins já dirigiu inúmeros curtas e “Escolha ou Morra” é sua estreia na direção de longas. Aqui ele nos traz uma história diferente do que usualmente estamos acostumados no universo do horror e também nos apresenta uma mistura de terror, suspense e uma pitada de drama. É uma narrativa ousada e interessante, mas nem sempre tão funcional assim, especialmente quando analisamos o roteiro da obra.  

Vejam do que se trata: Uma jovem programadora vive de uma forma bastante precária. Sem muitos recursos financeiros e com a mãe depressiva e drogada pela perda de um filho, ela tem contato com um jogo dos anos 80 que é amaldiçoado. Com isso, à medida que o jogo avança, a jovem se vê obrigada a tomar decisões que podem ter resultados desastrosos e absolutamente mortais.   

Confesso a vocês que a premissa da obra é muito diferente e, de certa forma, nos desperta a curiosidade para ver o que irá acontecer. Que jogo é esse? Qual é a maldição? O que acontece com os jogadores? Quais as consequências? Tudo isso nos motiva a ver a narrativa de Meakins até o fim, pois ansiamos por respostas e por uma conclusão. E claro, à medida que o filme e jogo avançam, o espectador cria uma empatia por Kayla, a protagonista. Torcemos fervorosamente para que a menina saia vitoriosa.  

Como se trata de algo bastante surreal, a gente acaba “aceitando” a proposta, pois não há muito sentido em tudo aquilo que vemos. Se levarmos para o lado da coerência e razão, a narrativa fica mais difícil de ser digerida. E é aí que está o problema. O roteiro acaba não conseguindo, de maneira eficaz, nos convencer. Ok, nós embarcamos nessa viagem, mas há um momento em que nos questionamos sobre. Há uma explicação? Sim, há. É criativa, plausível e efetivamente nos convence? Não.  

E como acontece na maioria dos filmes de terror, aqui também encontramos o lado dramático da história. A pobreza, o desemprego, as drogas, a perda de um ente querido, a culpa. Estas questões são, de uma forma geral, citadas e até que bem trabalhadas, embora não seja esse o foco central da trama. É o terror que move a obra e todos os elementos que há pouco citamos são alavancas que impulsionam a história.  

Cenários, figurinos, fotografia e atuações são ok. Nada que se destaque, mas trabalham em harmonia para conduzir a obra utilizando bons elementos de construção fílmica. O suspense é trabalhado em boas doses, afinal é ele que nos estimula a ficar até o fim buscando a conclusão da história. Há cenas ligadas aos desafios do jogo que são pesadas, angustiantes e intensas. Elas são o ponto alto do trabalho. Fazem o espectador suar.   

A conclusão da obra, na realidade, é o que traz ao espectador um certo desânimo. Há bastante barulho e movimentação para termos uma finalização e justificativa do jogo que não são tão convincentes assim. A sensação é de que nosso tempo foi perdido e isso enfraquece a narrativa. Uma pena que seja assim, mas iremos aguardar a próxima obra de Meakins e torcer por um resultado mais eficaz. Tomara! 

 

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