Essa história de suspense dirigida e roteirizada por David Marmor é bastante interessante. Está longe de ser o melhor filme deste estilo, mas trabalha com uma possibilidade muito distinta da maioria dos filmes que geralmente vemos. E além do gênero, conseguimos também identificar uma crítica muito boa ao que vivemos no mundo contemporâneo através dos isolamentos das Redes Sociais, controle do que vivemos e fazemos e a sútil sensação de que estamos protegidos por um ou outro grupo.
Marmor não é um diretor tão popular por aqui e este é o seu primeiro longa-metragem. Ele dirigiu apenas curtas e também séries televisivas, mas por esta obra já podemos afirmar que ele fez uma ótima estreia. O filme apresenta uma situação bastante dramática e tensa e, à medida em que a narrativa avança, o espectador anseia em ter uma conclusão, pois ela nos fará entender tudo o que ali acontece.
A história é a seguinte: Sarah tenta um novo recomeço em sua vida e faz uma visita a um condomínio que é simples, mas parece ser a morada perfeita. Devida a grande procura pelo local, os interessados passam por uma avaliação e ela é, finalmente, escolhida. Tudo parece caminhar em paz, até que coisas estranhas começam a acontecer e Sarah percebe que o lugar não é o que ela pensava.
A narrativa começa bem devagar, mas logo depois o suspense já acontece e o espectador já vai ficando curioso e apreensivo. Encontramos cenas tensas, outras um pouco mais pesadas por conta da violência física e, principalmente, nos ronda o mistério que envolve aquele ambiente. Tudo aparentava ser tão especial, mas há um preço a se pagar pelo “mundo perfeito” com vizinhos tão dedicados. A revelação é uma boa surpresa.
O filme nos surpreende bastante e a conclusão é muito eficaz, em especial quando comparamos a obra com outras narrativas deste mesmo estilo. Um suspense com toques aterrorizantes e que traz, como pano de fundo, uma situação familiar dramática e caótica. Aliás, a característica do filme de Marmor é exatamente essa: transparecer o caos e revelar uma sociedade hipócrita, amarga e insensível. Infelizmente uma realidade contemporânea e absolutamente real. Veja com bastante atenção. Obra bem feita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário