Na verdade, temos aqui uma mistura de drama com terror. Um luto, uma dor, a ausência de um filho, a lembrança viva por conta de um dos gêmeos, uma casa isolada, barulhos, vultos, uma comunidade que parece ser bastante estranha e suspeita, uma mulher completamente transtornada, um marido que busca incessantemente ver o seio familiar em perfeitas condições. Vejam que todos estes elementos já foram, de maneira geral, explorados em narrativas de terror. E tudo isso junto funciona muito bem.
Esses elementos constituem, por si só, uma narrativa clichê. E isso não é problema algum, pois é uma fórmula muito usada e que caminha de forma precisa e objetiva. E aqui não é diferente. É aquela teoria que segue a explicação dada por Syd Field, ou seja, o roteiro dividido em 3 atos distintos. Em “Gêmeo Maligno” eles estão todos ali. Muito bem divididos e representados.
Grande parte da obra funciona bem demais: ótima direção de arte, boas atuações, bons planos de câmera, trilha sonora interessante, iluminação muito bem feita e que dá uma atmosfera soturna às cenas, plausibilidade, roteiro funcional e com uma conclusão surpreendente. O que mais me desagradou neste projeto foi o ritmo que fica um pouco mais arrastado em seu decorrer. Sabe aquela sensação de que a história poderia avançar, mas ela vai se tornando enfadonha? Esse momento aparece, mas depois felizmente se recupera.
A conclusão de “Gêmeo Maligno” nos apresenta uma explicação bastante interessante. Não é completamente inédita, pois como já mencionamos anteriormente, a obra nos traz situações recorrentes em filmes deste gênero. De qualquer forma, surpreende e encerra o ciclo da história de maneira a deixar um saldo muito mais positivo do que negativo. E confesso com toda a sinceridade que eu pensei em me deparar com um trabalho de mediano a ruim, mas Mustonen vira o jogo e se sai bem. Sem sombra de dúvidas, vale conferir.
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