Título Original – O Novelo
País de Origem – Brasil
Diretor – Cláudia Pinheiro
Gênero – Drama
Duração – 95 minutos
Ano – 2021
Estreia em longa da diretora Cláudia Pinheiro, que anteriormente já havia dirigido três curtas. Aqui ela manda muito bem na construção de uma narrativa que aborda a vida e os problemas de cinco irmãos que foram abandonados pelo pai, perderam a mãe e foram criados e cuidados pelo irmão mais velho. Os anos passam e em um determinado dia recebem um telefonema: um homem em coma na UTI pode ser o pai deles. Na sala de espera, os irmãos se reúnem e mergulham em suas memórias.
O tom da obra é bastante melancólico e aborda os diversos caminhos e problemas que cada um dos cinco homens percorreu. Frustrações, conflitos, separações, drogas, bebidas, traições, perdas. Tudo isso faz parte do universo deles e, de certa forma, nos possibilita rapidamente criar uma identificação com os mesmos. Quem de nós já não passou por problemas parecidos?
A partir daí o enredo vai se desenrolando, tal qual o novelo repleto de nós, desajustes e acertos que vão se formando nas mãos de quem os molda. E é assim que a construção fílmica se desenrola e vai nos envolvendo a cada cena. Há momentos que são mais leves, outros tantos mais pesados e que requerem os devidos ajustes emocionais para que os personagens se alinhem, se reconstruam e se recomponham.
O roteiro de Nanna de Castro é bem amarrado, tudo flui bem e a grande expectativa que fica para o público é saber se o homem que está prestes a morrer é ou não o pai dos rapazes. Isso nos segura até o fim, mas na verdade, a questão pouco importa. O que vale aqui é essa fusão de emoções que se aflora diante do reencontro dos homens. As memórias, lembranças, o que ficou para trás, os erros, os acertos e a humanidade que ainda resta a eles (e também a nós, público). É o que nos move. É o que move a narrativa.
Figurinos, cenários, posições de câmera e atuações são bem feitas. Distante de uma grande produção, “O Novelo” é uma obra simples, mas que nos atinge em cheio. Não é um mero entretenimento, mas sim um filme para nos fazer pensar e digerir sobre a sociedade, os problemas, os confrontos, a vida, o destino e até mesmo sobre nós mesmos e nossa relação com o outro. Uma narrativa comum e FUNDAMENTAL.
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