Trata-se de uma narrativa trivial, pois nos traz a experiência de uma jovem mãe que é também uma ex-drogada. Separada do marido e vivendo com dois filhos em uma casa imensa e bastante deteriorada, ela fica presa em uma despensa. Enquanto luta para se livrar do local, ela necessita proteger as crianças dos perigos que ali surgem.
Percebam que o argumento do filme é funcional. Claro que o mundo do audiovisual muito já abordou problemas com drogas e os resultados negativos disso, mas aqui isso nos é apresentado de uma maneira diferenciada. O foco central é o suspense, ou seja, o fato daquela mãe estar aprisionada, sem meios de sair do lugar e tendo que lidar com as preocupações dos perigos que rondam o interior da casa. É, de certa forma, uma situação inusitada.
É em cima disso tudo que acima relatamos que a obra vai girar. O clima de agonia da situação é grande, mas parece que no decorrer da história esse elemento vai perdendo um pouco a sua força. Há tensão, mas há falta de intensidade dela e aí a obra vai ligeiramente se arrastando e perdendo um pouco do impacto que deveria gerar. Quando afirmamos isso não estamos dizendo que o filme é ruim, mas ele poderia ser mais perturbador e até mesmo marcante.
Mais perto do fim, o ritmo acelera um pouco mais e então aquela adrenalina que o público espera vai surgindo e direcionando a obra para um suspense mais denso. Sem dúvida é um ponto positivo e esperado. Talvez seja esse o tom que deveriam ter dado para a obra como um todo. De qualquer maneira, antes tarde do que nunca e podemos afirmar que este evento faz o filme sair do mediano para se tornar bom.
Boas atuações, boa fotografia, roteiro bem executado, cenários e figurinos excelentes ajudam a compor “Trancada”. Todos esses aspectos criam um clima positivo para que a obra de Caruso se destaque diante de filmes do mesmo gênero. Nada genial, inovador e nem mesmo ousado, mas uma narrativa que pode agradar aos amantes do suspense. Vejam e tiram suas próprias conclusões.
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