segunda-feira, 30 de outubro de 2023

O Parque Macabro

 


Título Original – Carnival of Souls 
País de Origem – Estados Unidos 
Diretor – Herk Harvey 
Gênero – Suspense/Terror 
Duração – 78 minutos 
Ano – 1962 

Dirigindo curtas desde 1950, Herk Harvey lança seu primeiro longa em 1962. E começa com uma obra que é bastante enigmática, obscura e até mesmo ousada especialmente para aquela época. “O Parque Macabro”, conhecido também como “Carnaval de Almas”, é um filme emblemático e que traz inúmeros pontos interessantes. Trazendo uma história marcante e uma direção bem eficaz, o filme poderá agradar uma boa parcela dos cinéfilos de plantão e desagradar a alguns fãs do gênero. 

Segue um resumo da história: Mary Henry sobre um acidente junto a mais duas amigas. Aparentemente apenas ela sobrevive. Algum tempo depois, ela parte para uma outra região a trabalho e, neste local, se depara com um parque que está abandonado há tempos. Misteriosamente é atraída para o lugar ao mesmo tempo em que fatos estranhos começam a acontecer.  

Essa obra de Harvey traz um universo que soa perturbador em diversos momentos e também cria inúmeras situações que fazem o espectador questionar o que pode estar acontecendo com Mary. Ela frequentemente se depara com um homem assustador e que nos remete a uma figura fantasmagórica. E no decorrer do filme outras situações provocam estranhamento. É uma narrativa que lida com aspectos surreais.  

Esteticamente falando, “O Parque Macabro” é bem construído e temos que admitir que é um filme inovador e audacioso para os padrões daquela época. Nos dias atuais, os cinéfilos já estão acostumados com obras que trazem surpresas, reviravoltas e plot twists bem construídos, mas lembremos que estamos aqui analisando um filme de 1962. Considero a condução do trabalho uma bela jogada de mestre.  

E o que temos de problema nesta película? O fã do suspense ou terror dos dias de hoje está acostumado a uma quantidade exagerada e intensa de ações e violência que aqui não encontramos. Óbvio, pois a proposta não é essa. Aqui tudo soa mais contemplativo, há planos mais fechados dos olhares, dos gestos mais contidos em alguns momentos e do andamento mais lento e até um pouquinho arrastado. A tendência é de que achemos a narrativa enfadonha, monótona e desagradável. Dá a IMPRESSÃO de que basicamente nada acontece aqui.  

Um dos pontos altos deste trabalho é também a atuação, em especial da protagonista que é interpretada pela atriz Candace Hilligoss. Ela, de fato, encarna e marca a presença de Mary Henry, uma mulher com firmeza de propósitos e cheia de determinação. Além disso temos uma fotografia bem conduzida e que se alia e harmoniza com os cenários obscuros e macabros. 

É uma obra peculiar que nos traz um universo voltado ao mundo dos sonhos e visões, realidade e fantasia e, muito bem representa o cinema de gênero dos anos 60. Inclusive é um filme que serviu de inspiração para o cineasta David Lynch. Atentem-se para as surpresas que são reveladas mais ao final, mas que podem claramente ser percebidas no decorrer da narrativa. Suspense psicológico que precisa ser digerido com calma para ser bem apreciado. 

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