“Estuários” é o longa de estreia do cineasta argentino Papu Curotto. Antes desta obra ele havia dirigido “Matías y Jerónimo”, curta que já aborda a temática voltada ao universo LGBTQIA+. O longa utiliza, inclusive, os dois personagens protagonistas do curta para contar uma história que envolve, acima de tudo, encontros, desencontros e muito amor.
O filme aborda a amizade entre dois meninos que, após despertarem para a sexualidade, são separados por força do destino. Anos mais tarde ambos se reencontram de maneira inesperada e, a partir disso, revivem suas memórias e seus momentos de infância regados a sentimentos adormecidos no passado.
Bem mais do que uma obra que fala sobre o universo gay, a narrativa de Curotto é praticamente um convite à reflexão sobre o destino e sobre o amor. Isso não somente pela temática, mas também pelo seu andamento, pela sua edição, pela trilha sonora e pelas belas paisagens campestres. Nada aqui acontece de forma abrupta. Tudo é lento, contemplativo e poético. E isso faz o espectador mergulhar no universo dos personagens e torcer por ambos.
Além de um roteiro bem amarrado e que te prende até o fim, “Estuários” traz interpretações honestas, boa fotografia, uma mistura de drama e romance que flui muito bem e a possibilidade de pensarmos os diversos tipos de amor e sexo presentes na trama e fora dela também. É a plenitude do ser humano e seu infinito universo de emoções. É isso que torna o filme grande e comovente.
Curotto manda bem em sua construção. Aborda o lado sentimental e vai adentrando e se aprofundando em diversas temáticas e pontos sociais. O preconceito, a criação dos pais, a liberdade e a falta dela, a espontaneidade dos sentimentos, o ser, o não ser, o deixar fluir, o primeiro amor e ainda a sinceridade e coragem de assumirmos quem somos de verdade. Sem máscaras, sem medos, sem rodeios ou amarras. É o indivíduo em seu estado mais puro, em sua essência. Assista!
♥️
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