Narrativa italiana que traz uma boa mistura entre suspense, mistério e drama, especialmente na conclusão. Stefano Lodovichi não é um diretor conhecido por aqui, mas traz alguns filmes e séries de TV em seu currículo. Em “No Fundo do Bosque”, ele cria uma história que aparentemente lida com o mundo sobrenatural, mas surpreende com sua ótima condução e com um roteiro bem elaborado.
Em uma festa que fala sobre a existência de Krampus, cuja lenda diz que ele pune e some com as crianças más, um menino desaparece misteriosamente. Os pais ficam destruídos e muitos atribuem a culpa ao pai do garoto. Passados 5 longos anos, o garoto reaparece. Praticamente um milagre. O pai o recebe com muito carinho, mas sua mãe o trata com indiferença e desconfiança.
A ideia é interessante e aqui eles unem a lenda do demônio mitológico com a tragédia familiar. E daí em diante, o espectador começa a se questionar o que acontece na realidade. A mãe e o avô não reconhecem o garoto como sendo o filho perdido e a partir disso vários acontecimentos recheiam a obra. A depressão e tentativa de suicídio materno, conflitos, dúvidas, anseio e muito medo sobre o ocorrido. Não há sustos, mas sim uma ambientação de tensão e mistério.
De maneira geral é um filme que apresenta uma boa fotografia, atuações decentes, mas o que chama a atenção é a condução da narrativa. Durante todo o tempo o espectador fica atento e ansioso sobre o reaparecimento do garoto. E daí que surge o interesse maior pelo público, pois todos ansiamos em descobrir por onde o menino estava este tempo todo. E o diretor nos dá pistas aqui e ali que tornam este interesse ainda maior.
Já aviso que a conclusão é absolutamente SURPREENDENTE. Próximo ao final nós temos dois plot twists que são de tirar o fôlego. Não é possível mencionar aqui o que ocorre, pois isso tiraria todo o brilho da conclusão, mas posso afirmar que vai impressionar. É uma sacada e tanto. E resolvido o mistério, a lição que “No Fundo do Bosque” nos deixa é que o ser humano precisa amar e ser amado. Desta forma, a caminhada é mais leve, ainda que pisemos em pedras. Assista!

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